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Kamila Malynowskyj

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Ela é jornalista, bonita, inteligente, ambiciosa e espera conquistar muito mais na vida. Sem se preocupar demasiadamente com o futuro deixa as coisas acontecerem de forma desprecipitada. Natural da cidade de Santos, neta de ucraniano, aos 28 anos, Kamila Malynowskjy leva aos ouvintes da Rádio Bandeirantes, as mais relevantes informações de toda a Baixada Santista, assim como as últimas notícias do Peixe, isto é, do Santos Futebol Clube.

De voz ponderada e marcante, Kamila conquistou a simpatia dos ouvintes que a param na rua para cumprimentá-la. Divertida, sempre com um sorriso recebendo as pessoas, ela começa o dia bem cedinho, dando um pique na academia e logo em seguida, atualiza-se com as informações do dia que logo mais se tornarão notícia. Rotina para quem trabalha numa cidade praiana? Bom, só se não for jornalista. O dia a dia de um repórter é sempre uma aventura à parte, uma busca contínua por informação.

A bela jovem libriana se formou em jornalismo em 2004 pela PUC de Santos e desde então tem projetada uma consistente carreira no rádio-jornalismo, setor até então não tão quisto por ela, uma vez que gostaria de seguir os passos do pai na televisão, o também repórter da TV Record (de Santos) Humberto Perina, a quem mantém profunda admiração e referência profissionais. Solteira, Kamila mantém firme sua projeção e os compromissos com o trabalho. “Costumo dizer que sou casada com a Rádio Bandeirantes”, diz ela.

Convidada a participar do nosso Café.com, Kamila Malynowskyj conversou com o Laboratório de Temas, e todo esse bate-papo você acompanha nas linhas abaixo.

***



Qual avaliação você faz da cidade de Santos?
Sou suspeita para falar de Santos, eu adoro esta cidade, adoro morar aqui, porém acho que é preciso acompanhar o crescimento urbano no trânsito, na saúde, na educação. Por exemplo, algumas falhas já são percebidas.

Como é a Kamila nos dias de folga... O que você gosta de fazer?
Como boa caiçara quando estou de folga e com sol, adoro ir à praia. Gosto bastante de ir ao cinema, viajar para o Litoral Norte: Maresias, Baleia e Ilha Bela. Não vou negar que tomar uma cerveja ou um chopinho a beira mar, comendo uma isca de peixe ou bolinho de bacalhau também me atrai. Gosto sempre de estar com os meus amigos.

Como é a vida familiar: pai, mãe, irmãos...
Meus pais são separados. Moro com a minha mãe, padrasto e irmão mais novo. Não tenho contato com meu pai biológico, porém meu avô materno e meu padrasto são os homens da minha vida.

Qual seu gênero musical preferido?
Eu gosto de quase todos os tipos de música, porém adoro MP, Maria Rita, Jorge Bem Jor, Seu Jorge, Chico Buarque. Bandas de Rock: gosto de U2, Pearl Jam e Jack Johnson.

E sua comida preferida?
Mais uma vez não vou negar que como nasci em uma cidade de praia o peixe é o meu prato preferido. Adoro salmão, cação, robalo e tainha. Gosto também de risoto de camarão e uma bela caldeirada de frutos do mar. Não como carne vermelha. Num churrasco um franguinho ou meca são a pedida.

Como e quando você se interessou por jornalismo?
Como disse anteriormente meu padrasto é um dos homens da minha vida e ele tem muita influencia na minha escolha profissional. Ele também é jornalista e quando começou a namorar minha mãe (isso eu tinha dois anos) ele já trabalhava como repórter. O nome dele é Humberto Perina e hoje trabalha na TV Record, aqui, de Santos. Como cresci vendo e acompanhando o trabalho dele na rua aprendi a gostar da profissão. E confesso que minha espontaneidade, fazer novas amizades, curiosidade, além de ler bastante, também contribuíram muito para a escolha.

Vê muita diferença do que se ensina na faculdade e a realidade da prática jornalística?
Sim, jornalismo é prática, é rua, é vivência. Na faculdade, você aprende a teoria, como montar um texto, como editar um áudio ou vídeo. Acho que para ser jornalista tem que estar no sangue, estar preparado para abrir mão de algumas coisas, como vida social, por exemplo. E mesmo depois de trabalhar, às vezes, 18 horas por dia, o prazer de dever cumprido é maior do que o cansaço. Ouvir sua matéria no ar é ter sentimento de orgulho próprio.

Você é a favor ou contra da exigência de diploma em jornalismo?
Eu sou contra a não obrigatoriedade do diploma. A faculdade teve um papel fundamental na minha vida profissional, mesmo que na parte teórica. Mas acho que a não exigência do diploma implica em uma queda de qualidade do nosso jornalismo, além de desemprego para muitos colegas. A vantagem é que as empresas sérias, como a Rádio Bandeirantes, exigem o diploma para contratar o profissional.

Fale do início da sua carreira profissional. O que você fazia até ser contratada pela Rádio Bandeirantes?
Sobre minha vida profissional tive a oportunidade de fazer estágio nas Prefeituras de Santos e São Vicente, no Departamento de Assessoria de Imprensa. Depois de formada trabalhei na TV Brasil - emissora afiliada ao SBT - como repórter por dois anos e meio. Em maio de 2007, comecei como correspondente da Rádio Bandeirantes, no Litoral Paulista, onde sou setorista do Santos Futebol Clube, mas também faço pautas de geral (polícia, política, variedades etc).

Como você foi parar na RB?
Minha ida para a Rádio Bandeirantes foi por acaso. E estava em um treino do Santos quando o repórter Leandro Manço, que na época era o correspondente no litoral paulista, me disse que iria para São Paulo e que a vaga de correspondente seria aberta na Baixada Santista. Mandei meu currículo para o Rafael Colombo, meu atual chefe. Fiz a entrevista e fui chamada para mais uma conversa onde fui aprovada nos testes. A RB apostou em mim mesmo sem experiência em rádio, e deu tudo certo.

Você é daquelas que deixam as coisas acontecerem naturalmente ou fica projetando o futuro?
Eu tenho os meus sonhos e as minhas vontades, mas não planejo muito, não. Tanto é que, a minha ida para a Bandeirantes, não foi nada programada. Eu nunca pensei em trabalhar em rádio, sempre achei que minha carreira fosse ir para o lado da televisão. Procuro ter uma vida tranquila e simples. Claro que gosto de coisas boas, mas sempre um dia após o outro.

Embora sua tendência fosse televisão, você tem se saído bem no rádio, né?
Sempre me dei bem nas aulas de rádio da faculdade e sempre ouvi muito rádio, mas como disse antes achei que meu futuro seria na televisão, porém atualmente sou uma apaixonada por rádio e gosto do meu trabalho e do retorno que ele me dá.

Você é setorista do Santos F.C e faz matérias diversas na baixada também. Está feliz com suas atribuições ou gostaria de estar cobrindo outras coisas?
Eu acho importante fazer os dois setores, assim meu texto não fica preso nem a esporte nem a geral. Sou feliz no que faço. Confesso que no começo, quando entrei para a RB tive dificuldade para me organizar mais, depois tudo certo.

Pausa para o almoço improvisado
Embora seja setorista do Santos, curiosamente quando os jogos do time são transmitidos pela RB você não faz a cobertura. Geralmente mandam o Alex Müller, o Alexandre Praetzel, mas não você. Por quê?
Como tenho as atribuições das pautas de geral os chefes acham que ficaria sobrecarregada. Acredito que já quebrei uma barreira na RB, nunca nenhuma mulher fez campo e eu já tive a oportunidade de fazer três jogos. Em uma breve análise, hoje são poucas mulheres em rádio fazendo esportes e ainda mais fazendo meta mesmo sem estar no campo. Eu me sinto realizada e os ouvintes reconhecem meu trabalho.

Que time você torce?
Opa!, essa não dá!

Que tipo de oposição o ex-presidente Marcelo Teixeira tem feito à atual diretoria?
Acho que as críticas que qualquer ex-presidente faz: com relação a parceiros para o clube, a gestão, a contratação de jogadores, etc., na verdade, acho que o Marcelo Teixeira fez críticas mais no inicio da gestão do Luiz Álvaro, hoje está mais calmo.

Você sente que o torcedor do Santos está mais otimista em relação a gestão de Luis Álvaro. Que impressão você tem dessa nova diretoria?
O torcedor santista está mais otimista, mas está feliz porque venceu e tem títulos. Acho que a grande prova de fogo do LAOR é neste ano com a disputa da Libertadores. Eu gosto muito da nova gestão do Santos acho que os responsáveis que hoje estão tomando conta de alguns departamentos são competentes. Acredito que cada Presidente tem sua forma de organizar um clube assim como o Marcelo eu sinto que o LAOR quer ver o bem do Santos sem falcatruas.

Você saberia apontar as principais diferenças entre Luis Álvaro e Marcelo Teixeira?
O Marcelo Teixeira comandava o Santos com o coração e muitas vezes não pensava na razão, por isso, acho que o clube acabou tendo algumas dívidas. Acho o Luiz Álvaro mais ponderado neste sentido. Acredito que é muito pouco tempo para comparar os dois. O Marcelo Teixeira passou por glórias e momentos de dificuldades, coisa que o LAOR ainda não passou. Uma melhor avaliação pode ser feita em um momento de crise grave...

Qual a sua opinião a respeito da saída do Dorival Júnior.
Eu não concordei com a saída do Dorival, um técnico sério e justo. Em minha opinião, a diretoria do Santos errou. Deveria ter tentado um acordo melhor. Acho que a saída do treinador não foi bem explicada, tem ainda alguma coisa embaixo do tapete.

Para uma diretoria que dizia que iria implantar um caráter profissional de gestão no clube, você acha que ela tem agido dessa forma?
Acho que a diretoria falha com relação ao tratamento de alguns atletas, como o Neymar, por exemplo. Sei que é um atleta jovem, é um adolescente,mas em algumas coisas a diretoria deveria ter dado um “breque” antes da polêmica. Outro caso que achei que a postura deveria ter sido outra: o caso da twiticam. Uma ofensa ao próximo, independente de ser um torcedor do peixe ou não. Sobre o profissionalismo em outras áreas vejo que a situação está bem mais organizada, como controlar o entra e sai do CT Rei Pele, quando você vai fazer uma entrevista o responsável pela área responde etc.

Adílson Batista é o nome ideal para comandar o Santos 2011?
Eu gosto do Adilson e da forma dele trabalhar. É um treinador sério, acho que ele tem os mesmos moldes de Dorival Junior, porém o Dorival tinha mais contato com a imprensa.

O sobrenome Malynowskyj é de qual origem?
Ucraniana, do meu avô materno que veio para o Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial.

Você sabia que a Laura Wie (que apresentava o programa Metropolis na TV Cultura) reduziu o sobrenome dela, de origem alemã, para facilitar a comunicação? “Wie” é apenas uma abreviatura. Já pensou em fazer alguma coisa nesse sentido?
Olha, tem uma história interessante. Quando entrei na Rádio Bandeirantes eu perguntei para o meu chefe, Rafael Colombo, se ele queria que eu assinasse Kamila Farias (meu último nome). Ele me disse: “Não, está doida! O Malynowskyj é forte.” No começo o pessoal deu uma derrapada para pronunciar, mas hoje todos falam com clareza, e meu sobrenome, graças a Deus, é forte na boca dos ouvintes e no mercado. Acabou virando uma marca minha e uma forma de ficar diferente dos outros repórteres.

Já ocorreu algum fato engraçado ou curioso com você ao vivo?
Sim, algumas situações. Uma interessante foi no começo de carreira: eu estava fazendo um Sincopetro (teste de combustível) com algumas entradas ao vivo. Uma produtora me ligou e disse: “Kamila entra (no ar) e tenta colocar um ouvinte.” Mas isso foi minutos antes de entrar no ar... Aí não consegui combinar nada (com o entrevistado) e fui entrevistar um motorista que estava fazendo o teste. Perguntei para o ouvinte qual a importância de fazer o teste por que você veio fazer, se tinha duvidas com relação a qualidade do combustível. A resposta que eu esperava era a tradicional, como: ah, tinha dúvidas sobre a qualidade, etc. etc. Mas, não! Ele me respondeu assim, e eu ao vivo “Eu vim para te conhecer e realmente você é demais, você é linda...” Bom, fiquei roxa e agradeci ao ouvinte e mandei para o apresentador (no estúdio).

O que você pensa do futebol feminino? Acha que é levado a sério?
Não, infelizmente não, mesmo com Martha, Cristiane e outras jogadoras que se destacam. Ainda não existe espaço no meio do futebol. Hoje tudo gira em torno de dinheiro e como o futebol feminino não dá acaba não sendo valorizado pelos clubes.

Como você vê a participação da mulher no mercado jornalístico. Parece que já é maioria...
Pode ser maioria, mas mesmo a gente mostrando que não é mais o sexo frágil ainda existe certa desconfiança. Eu tenho um exemplo: se eu erro numa informação do Santos. Coloco (diz) vai..., o Léo como atacante, sempre tem alguém que vai dizer: é mulher. Se o (Alex) Müller, por exemplo, comete esse tipo de erro, talvez passasse batido.

O que você espera da presidente Dilma Rousseff? E como você observa uma mulher na Presidência da República?
Assim como todo brasileiro espero que ela continue fazendo que o Brasil cresça mais e mais. Eu acho que não precisa ter uma mulher como Presidente para as mulheres conquistarem seu espaço. Apenas tenho medo que ela se torne uma sombra do ex- presidente Lula e apenas guarde o lugar por quatro anos.

Tem alguém em quem você se espelhou no jornalismo?

Como já te disse meu padrasto é um exemplo de ética e de profissional. Procuro sempre escutar os conselhos dele e também os puxões de orelha. Ele brinca que quando eu me formei eu era filha do Humberto Perina e hoje ele é pai da Kamila.

Você está satisfeita com a cobertura jornalística realizada pelas rádios? Você apontaria alguma falha ou algum aprimoramento?
Eu fico triste com as emissoras de rádio daqui, do litoral. Atualmente os ouvintes da Baixada Santista não têm uma rádio nos moldes da Bandeirantes, CBN, Jovem Pan etc., apenas de música com pequenas notas de jornalismo. Hoje para se saber notícias da Baixada só ouvindo emissoras de São Paulo. Sobre aprimorar, acho que o uso do celular já foi uma grande evolução, mas outra técnica deveria ser desenvolvida para melhorar a qualidade das transmissões.

Como é a sua rotina profissional? O que você lê e ouve antes de encarar o dia de trabalho?
Rotina! Você está de brincadeira, ainda mais para uma jornalista correspondente. Brincadeira! Acordo às sete da manhã vou para a academia, volto para casa as oito, abro meus e-mails, leio o jornal A Tribuna - principal daqui da Baixada -, faço uma ronda policial. Caso alguma pauta seja interessante mando um e- mail para o Rafael Colombo, que avalia a validade da pauta. Muitas sugestões vêm de São Paulo também. Quando tenho treino do Santos, aí minha vida se encaixa como um quebra cabeça. Como já estou como repórter da RB há quatro anos muitas fontes me liga para passar pauta também.

Está feliz com o seu momento profissional?
Muito feliz! Eu me sinto realizada tendo apenas 28 anos e trabalhando hoje com pessoas que foram exemplo pra mim na faculdade, e numa empresa respeitada no meio. Confesso que sou ambiciosa e ainda tenho muito para conquistar nesta vida louca que é ser jornalista.

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